Spaghetti Rapidíssimo

O que posso dizer acerca de um prato tão simples, prático e que toda a gente sabe ou pode saber fazer? Que se quiserem acompanhem-me e pelo caminho inventem, com toda a criatividade e amor possíveis.

Gosto muito de cozinhar ideias a título do desperdício zero. Tento sempre cozinhar (na mesma panela) a partir do alimento mais limpo, até chegar ao que mais suja, jamais perdendo pitada ou cansando-me a lavar tachos, a desperdiçar água, detergente e paciência, além do tempo—Um Império.

E, assim, um dia que a Maria Granel me convidou a animar ‘As Quintas da Maria’, foi só inspirar-me no grão que por lá se vende. Sedoso, yang e delicioso. Tinha de entrar comigo nisto e como não queria deixar de lado, a questão do desafio zero- ganharmos consciência do quanto podemos aproveitar sem deperdiçar… tudo ganhou sentido e ficou decidido. Ía à maria granel, numa quinta, cozinhar grão e mais qualquer coisa.

 
 

Grão é uma super leguminosa, rica em proteína, ferro e vit. C. E como me ensinou o meu professor da macrobiótica, contém triptofano que ativa a serotonina e que “dá um prazer do caraças”. Estas bolinhas poderosas, favorecem o funcionamento do baço-pancrêas e estômago, além de serem excelentes na terapêutica da Hipoglicémia e Diabetes. Se a souberem cozinhar, tornar-se-á num poderoso aliado.

Num fim de semana, que tinha os míudos todos, (sobrinho e tudo) cozi esparguete e nos últimos 4 minutos do fim da cozedura, peguei na couve toda que existia no frigorífico e mergulhei-a naquele jacuzzi italiano. O grão, já cozido claro, a descongelar, também lá foi para dentro. Findos 10 minutos, tinha numa só panela, esparguete cozido, couve escaldada e grão aquecido! AhAh! Adoro! E assim nasceu este este spaghettti acelerado.


Faltava o molho.

Já vos confessei a minha paixão pelo Jamie Oliver, não já? Não sou de adorações, a minha avó ensinou-me que eram uma perca de tempo. Mas este homem e todo o seu trabalho, está bem além disso. Inspira-me e ensina-me. Para dizer a verdade não tenho a certeza se o molho vem dele, mas gosto de pensar que sim, porque é muito ao seu jeito.

Numa saladeira, 4 colheres sopa de azeite ou óleo de sesámo, 1 de shoyu e outra de vinagre de arroz (mais uma de vinagre de umeboshi, opcional), ralo 1 alho generoso e um dedo de gengibre. Mexo bem o fundo da saladeira e depois é só envolver tudo. Experimentem e depois contem-me, senão queda delicioso!!!

Para cozer o grão, temos mesmo de o demolhar umas 12 horas, ou da noite para o dia. O da Maria Granel é tão suave, que caso não vos sobre tempo, podem confiar numas 8 horas. Água na panela de pressão, e uma tira de 10 a 16 cm de alga kombu. Aproveito a água de demolhar para regar as minhas ervas aromáticas e nada se desperdiça. Assim que a água da panela ferve, juntamos o grão. Tapamos e aguardamos fervura novamente. Depois é só fecha-la bem apertada e contar 13 minutos. No fim, divido por partes. Uma, petisco enquanto cozinho o resto, outra parte apronto para o cozinhado do dia, o resto, guardo em vidros a congelar. Nunca me falta leguminosas. Afinal é daqui que vem grande parte da proteína que consumimos.

Pensavam que ia deixar o grão mas, não. Com este ingrediente ainda fiz um húmus, um aperitivo e uma sobremesa, tudo em 2 horas. Pelo menos foi o que me contaram.

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